Vedantes Alternativos
15 de outubro de 2020O Renascimento e o Vinho.
18 de outubro de 2021O consumo de vinhos no Brasil ainda é muito pequeno se comparado ao de outros países mas, mesmo em nosso mercado relativamente jovem, temos dados estatísticos muito confiáveis.
E desde sempre o Chile domina os números por aqui. Além de ter favorecimento pelas regras do Mercosul, o país caiu no gosto dos brasileiros por seus bons vinhos (alguns nem tanto) mas principalmente pela grande oferta no mercado.
Bom por isso é importante estar sempre atento para saber o que está adquirindo. Já falamos aqui que existem ciladas nos vinhos chilenos, mas também há muita coisa bacana para conhecer
E mais importante ainda é entender as informações que o rótulo traz, ainda mais agora que algumas modificações estão chegando:
Como a gente se recorda dos livros de geografia, o Chile é uma tripinha..Um país longo e estreito. São diversas regiões produtoras e muitas delas têm áreas que vão dos Andes, passando por regiões bem centrais e mais baixas chegando a Costa do Pacífico. A nova demarcação leva em conta tudo isso. Explico melhor:
O Chile está refazendo seu mapa vinícola. O projeto, encabeçado pela associação Wines of Chile, já está em andamento e deve ser finalizado em 2.020.
Os chilenos concluíram que a influência das cordilheiras e do Pacífico é determinante para seus vinhos. subdividindo as zonas vinícolas de acordo com essas interferências geográficas.
Nada mudou nas divisões de norte a sul, nas uvas permitidas ou na forma de produção. O que se quer é apenas fragmentar as zonas atuais em virtude das marcantes diferenças de terroir Vinhos muito distintos são produzidos na mesma região e isso vai ficar melhor delimitado dessa forma.
Valeu pela aula de geografia, Keli! Mas o que significa na prática isso quando eu for escolher meu vinho chileno?
Bom… Primeiramente é bom começar a observar essas palavras nos rótulos – muitos produtores já vêm utilizando essa demarcação.
Dentro de suas regiões preferidas podem aparecer essa nova classificação.
Os vinhos dos Andes, representam vinhos com maior acidez, mais elegância frutas mais contidas. Típicos de áreas com grande exposição solar e amplitude térmica notável.
Os vinhos Entre Cordilheiras são os que vêm da região mais baixa (menor altitude), com menor amplitude térmica. São vinhos mais potentes, alcoólicos e frutados.
Já os vinhos da Costa, onde costumeiramente no Chile se plantam uvas brancas, originam vinhos alta acidez e elegância. Isso se deve a exposição ocidental dos vinhedos bem como à corrente de Humboldt, que dá uma bela refrescada no pedaço.
Vale se atentar a essas novas denominações na hora de comprar, pois as diferenças são bem evidentes.
Aqui um Cabernet Sauvignon que adoro e que já traz no rótulo a sua origem: Maipo Valley Andes. E como de se esperar, é um vinho extremamente elegante e com bom potencial de guarda. O Espino Cabernet Sauvignon é importado pelo Grupo Olivetto.
Graduada pela Wine & Spirit Education Trust – WSET (level 3)
Embaixadora dos Vinhos de Portugal Nível Intermediário
Educadora Certificada Oficial do Vinho do Porto (Certified Port Educator)
Professora licenciada WSET no Brasil
Palestrante em diversos grupos de degustação e em confrarias pelo país
Consultora de bares e restaurantes.
Coautora do livro Ciências do Vinho. Noções Básicas e Enologia para Curiosos Enófilos, da Editora UFG.
Autora de Vinhos por Keli Bergamo (kelibergamo.com.br)
Autora de Arquitetando Estilos (arquitetandoestilos.com)